Maputo Art Deco
Começamos este roteiro à mesa do restaurante Costa do Sol. Foi em 1938 que nasceu na então Lourenço Marques este restaurante, à semelhança de outros ex-libris como o Hotel Polana, o Casino Belo e o Pavilhão Oceânia. Já nessa época, o grego Gerry fazia as delícias dos comensais e era conhecido por confeccionar os melhores petiscos da cidade. Desde então, o restaurante Costa do Sol ficou marcado pelo pêndulo do tempo. Recebeu espiões, nos anos 30, e, em décadas mais recentes, chegou a acolher personalidades públicas como a família real Swazi e Tom Jones nas suas salas bem como na típica varanda Arte Deco com vista para o Índico e a Ilha Xefina. Chegou a acolher também bailes absolutamente inesquecíveis para alguns clientes (cinquentões) que jamais se irão esquecer das valsas, rumbas, e outras danças mais...
O restaurante continua a ser um dos destinos predilectos dos turistas mais convictos nos pequenos prazeres da vida, com uma boa pitada de cultura. E o seu menú, um dos mais criativos até ao momento, é defensor de Maputo como capital da Arte Deco sendo que apresenta ilustrações de outros edifícios representantativos desse movimento de design como o Scala, a a Fábrica de Fermento Sipac, o Clube Ferroviário e a Rádio Moçambique. Depois de se deliciar com os já famosos LM Prawns (os tais camarões al diente) lançados pela família Petrakakis, há décadas. Ou depois de degustar a salada Roqueforte e o Marisco Misto à Costa do Sol, aprecie um bom uísqui na sua varanda, enquanto observa os transeuntes, o mar, e os barcos a passar. De seguida, peça novamente o menu, desta vez para melhor pensar o seu trajecto, e embrenhar-se neste movimento popular de design, que teve o seu início nos anos 20, e que influenciou a forma de criar, misturando correntes como o construtivismo, cubismo, modernismo, bauhaus, art nouveau, e o futurismo.
Na 25 de Setembro, observe o Scala, o edifício do Clube Ferroviário, bem como as bombas da gasolina. Na Eduardo Mondlane veja o edifício Velhos Colonos. Na Zedequias Manganhole depare-se com a Fábrica da SIPAC. Mas ainda não acabou … O edifício da Rádio Moçambique, na Rua da Rádio, o Hotel Escola Andaluzia, na Patrice Lumumbe, e um edifício residencial na avenida Guerra Popular, são mais alguns dos exemplos representativos deste movimento.